quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

"Para o meu coraçäo basta o teu peito para que sejas livres as minhas asas..."


"Quando não posso contemplar teu rosto, contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado, teus pequenos pés duros.
Eu sei que te sustentam e que teu doce peso sobre eles se ergue.
Tua cintura e teus seios, a duplicada púrpura dos teus mamilos, a caixa dos teus olhos
que há pouco levantaram vôo, a larga boca de fruta, tua rubra cabeleira, pequena torre minha.
Mas se amo os teus pés é só porque andaram sobre a terra e sobre o vento e sobre a água,
até me encontrarem."

(Pablo Neruda)