terça-feira, 20 de setembro de 2011

“Às vezes as pessoas são bonitas, não pela aparência física, nem pelo que dizem, só pelo que são.” - Markus Zusak.

Quero 24 horas de amor contigo. Mas não estou falando só de sexo, mas amor de falar baixinho de baixo dos lençóis. De tomar banho juntos e dividir a mesma toalha. Amor de ir pra cozinha e nos divertir preparando algo de bom pra comer. Fazer brigadeiro e assistir sessão da tarde. De pedir uma pizza e comer a luz de velas. De ficar discutindo os nomes dos nossos filhos e os programas que vamos fazer quando estivermos velhinhos. Amor de beijos intermináveis, abraços longos e trocas de olhares e sorrisos. É, 24 horas vai ser pouco tempo para tantos planos para uma vida inteira.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

E ai você conhece uma pessoa e sua vida muda para sempre.

"...E ele pensou que se fosse cinema agora poderia haver um flashback que mostrasse os dois na chuva recitando Clarice Lispector, para te morder e para soprar afim de que eu não te doa demais, meu amor, Já que tenho que te doer..."
(Caio Fernando Abreu)

domingo, 31 de julho de 2011

"O sofrimento acompanha sempre uma mente elevada e um coração profundo." (Crime e Castigo)

"Sabei que não há nada de mais nobre, de mais forte, de mais são e de mais útil na vida de que uma boa recordação, sobretudo provindo da juventude, da casa paterna. Falam-vos muito de vossa educação; ora, uma recordação santa, conservada desde a infância, é talvez a melhor educação. Se fazemos provisão de tais recordações para a vida, salvamo-nos definitivamente. E mesmo se só guardarmos no coração uma boa recordação, isto poderá servir um dia para nos salvar."
(Fiódor Dostoiévski In: Os Irmãos Karamazov)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Te Mando Retalhos de AMOR.

Dom Quixote e Dulcinéia

"O princesa Dulcineia, senhora deste cativo coração, grande agravo me fizestes em despedir-me e castigar-me com a proibição inumana de não voltar a gozar de vossa presença especiosa. Dignai-vos , senhora minha, aprendai-vos desse coração rendido , que tantas penas está carpindo por amor vosso."

Apesar de ter  visto não mais de cinco vezes, Dom Quixote dedicou a sua amada Dulcinéia  todas as suas loucuras,  vitórias e feitos heróicos. E o que seria de um cavaleiro sem uma musa inspiradora? Por ela Dom Quixote atravessaria deserto, travaria batalhas épicas, lutaria com os mais valentes e fortes inimigos, para proteger sua dama, a mais bela entre todas por quem nutria um amor platônico e submisso. Mais quem melhor que o próprio Dom Quixote para descreve-la?

Então nos diga meu querido Dom quem era  Dulcinéia del Toboso:

"O seu nome é Dulcinéia, sua pátria Toboso, um lugar da Mancha; a sua qualidade há de ser, pelo menos, Princesa, pois é Rainha e senhora minha; sua formosura sobre-humana, pois nela se realizam todos os impossíveis e quiméricos tributos de formosura, que os poetas dão às suas damas; seus cabelos são ouro; a sua testa campos elíseos; suas sobrancelhas arcos celestes; seus olhos sóis; suas faces rosas; seus lábios corais; pérolas os seus dentes; alabastro o seu colo; mármore o seu peito; marfim as suas mãos, sua brancura neve; e as partes que à vista humana traz encobertas a honestidade são tais (segundo eu conjeturo) que só a discreta consideração pode encarecê-las, sem poder compará-las."

(Miguel de Cervantes In: Dom Quixote)

sábado, 23 de julho de 2011

Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma... Todo o universo conspira a seu favor. (Goethe)

"No momento em que alguém assume um compromisso definitivo consigo mesmo, a Providência também passa a agir. Começa a acontecer todo o tipo de coisas para ajudar esse alguém, o que não aconteceria se esse compromisso não existisse. Uma torrente de eventos emana das decisões, favorecendo a pessoa com toda espécie de encontros, imprevistos e de ajuda material que homem nenhum poderia sonhar encontrar no seu caminho. Tudo o que você puder fazer ou sonhar você alcancará. Sendo assim mãos a obra. As ousadias contem genialidade, poder e magia. Comece agora!"
(Goethe)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Eu vos digo: é necessário ter um caos em si para poder dar à luz uma estrela bailarina. (Friedrich Nietzsche )

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade; sei lá de quê! "

(Florbela Espanca In: Cartas a Guido Battelli)


segunda-feira, 18 de julho de 2011

sábado, 16 de julho de 2011

"Interpretes da vida" - João Guimarães Rosa

“(...) Eu não sei quase nada, mas desconfio de muita coisa..".(João Guimarães Rosa In: Grande Sertão: Veredas)

Considerado como um dos melhores romancistas da terceira geração modernista brasileira juntamente com Clarice Lispector e João Cabral de Melo Neto. João Guimarães Rosa com sua singularidade e várias peculiaridades principalmente ao compor seus cenários e personagens, encanta com sua escrita simplista e sua criatividade ao comparar sentimentos com o abstrato, paisagens e até mesmo ao criar palavras, dotado de uma licença poética e uma grande capacidade de alcançar o imaginário de seus leitores, onde tem a capacidade de nos fazer sonhar e desbravar o mundo novo que seus livros nos fazem percorrer. E que prazer ter essa possibilidade em nossas mãos, em forma de livro. Imortalizado em 1963 eleito por unanimidade na Academia Brasileira de Letras, seria indicado ao Nobel, e recebeu inúmeros prêmios merecidamente. O autor em minha opinião mais inovador da nossa lingua,  brinca com as palavras e suas significações, com a ultilização dos neologismos e tempos verbais, ao mesmo tempo expõem seus personagens como pessoas simples. Guimarães Rosa misturava palavras que hoje nos faz saborear.

Alguns dos meus trechos favoritos de suas Obras:
  • "Coração cresce de todo lado. Coração vige feito riacho colominhando por entre serras e varjas, matas e campinas. Coração mistura amores. Tudo cabe.(...)"
    (João Guimarães Rosa, in Grande Sertão: Veredas)
  • "Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas.(...)"
    (João Guimarães Rosa, in Grande Sertão: Veredas)
  • "Mãe, que é que é o mar, Mãe?" Mar era longe, muito longe dali, espécie duma lagoa enorme, um mundo d'água sem fim, Mãe mesma nunca tinha avistado o mar, suspirava. — "Pois, Mãe, então mar é o que a gente tem saudade?"(...)"
    (João Guimarães Rosa, in Manuelzão e Miguilim)
  • "(...)Cada um podia viver como queria, fazer o que haja, com o tempo tudo era igual, todo o mundo se acostumava. Trabalhar ou não, a gente nasce para o que faz. Cada um é um. Tudo se podia."
    (João Guimarães Rosa, in Manuelzão e Miguilim)
  • "(...)falava com cada pessoa como se ela fosse uma, diferente; mas que gostava de todas, como se todas fossem iguais."
    (João Guimarães Rosa, in Manuelzão e Miguilim)
  • "Mas eu gostava dele, dia mais dia, mais gostava. Diga o senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa feita. Era ele estar perto de mim, e nada me faltava. Era ele fechar a cara e estar tristonho, e eu perdia meu sossego. Era ele estar por longe, e eu só nele pensava. E eu mesmo não entendia então o que aquilo era? Sei que sim. Mas não. E eu mesmo entender não queria. Acho que. Aquela meiguice, desigual que ele sabia esconder o mais de sempre. E em mim a vontade de chegar todo próximo, quase uma ânsia de sentir o cheiro do corpo dele, dos braços, que às vezes adivinhei insensatamente – tentação dessa eu espairecia, aí rijo comigo renegava.(...)"
    (João Guimarães Rosa, in Grande Sertão: Veredas)
  • “Tivesse medo? O mundo da confusão das coisas, no mover desses futuros, que tudo é desordem. E, enquanto houver no mundo um vivente medroso, um menino tremor, todos perigam - o contagioso. Mas ninguém tem a licença de fazer medo nos outros, ninguém tenha. O maior direito que é meu - o que quero e sobrequero - é que ninguém tem o direito de fazer medo em mim”
    (João Guimarães Rosa, in Grande Sertão: Veredas)
  • Separação inexiste, se há força de amor e fé.
    Sentir saudade é trazer, mais perto ainda, tudo que a gente pensa perdido.
     Saudadear, dizia ele...
    (Guimarães Rosa, do conto "Nenhum, nenhuma", primeiras estórias)
  • "Amar é a gente querer se abraçar com um pássaro que voa.(...)"
    (João Guimarães Rosa, in Ave, Palavra)
  • O mais importante e bonito do mundo é isto;
    que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram
    terminadas, mas que elas vão sempre mudando.
    Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou.”
    (João Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas)

domingo, 10 de julho de 2011

"Amar é ultrapassar-se.(...)" (Oscar Wilde, in O retrato de Dorian Gray)

"(...) Olhar preso no meu, perdidamente.
Não exijas mais nada. Não desejo também mais nada, só te olhar, enquanto a realidade é simples, e isto apenas."
 
(Mário de Andrade, in Poesias completas)

“Amor pra mim é ser capaz de permitir que aquele que eu amo exista como tal, como ele mesmo. Isso é o mais pleno amor. Dar a liberdade dele existir ao meu lado do jeito que ele é”

Adélia Prado (durante palestra realizada na Livraria Cultura)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

E lança um olhar num livro que amas. Começa assim um dia belo e útil. (Bertold Brecht)

"Um livro nunca é apenas um livro, é um amigo, um confidente, uma aventura ou uma viagem" (Rute Gil)
Dos diversos instrumentos utilizados pelo homem, o mais espetacular é, sem dúvida, o livro. Os demais são extensões do seu corpo.
O microscópio, o telescópio são extensões de sua visão; o telefone é a extensão de sua voz; em seguida, temos o arado e a espada, extensões de seus braços.
O livro, porém, é outra coisa: o livro é uma extensão da memória,
da imaginação.

(Texto do livro "Cinco Visões Pessoais", de Jorge Luiz Borges)


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Coraçãomente: pensamento, pensamor...

“Amigo? Aí foi isso que eu entendi? Ah, não; amigo, para mim, é diferente. Não é um ajuste de um dar serviço ao outro, e receber, e saírem por este mundo, barganhando ajudas, ainda que sendo com o fazer a injustiça aos demais. Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou ― amigo ― é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é.”

ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 19. ed., 2001, p. 196.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

"No palco, na praça, no circo, num banco de jardim, correndo no escuro, pichado no muro... Você vai saber de mim."

Nós mulheres por Chico Buarque:
É sempre um grande mistério a alma feminina. Eu tenho uma grande curiosidade com relação à mulher, como ela pensa, como ela age.
Eu sou um espectador, um vouyer, um vedor de mulher.
Gosto de ver como elas se movem, como elas raciocinam, como elas reagem diante das coisas.
É sempre uma surpresa pra mim. Não acaba. Conversa não resolve nada, você fala, fala, fala, mas há coisas que permanecem numa zona de mistério.
Eu me considero um grande desconhecedor da alma feminina.
Ao contrário do que se fala, virou um lugar-comum por causa das canções e tal…
Mas eu sou um sujeito muito curioso exatamente por desconhecer, por querer saber, querer entender e não entender nunca...

terça-feira, 24 de maio de 2011

Conservava em mim velhas fantasias, datadas da infância, e nelas todas a ternura que havia em meu coração. (Marcel Proust)

"Respiro a única felicidade que sou capaz - uma consciência atenciosa e cordial. Passeio o dia todo(...) cada ser que encontro, cada cheiro dessa rua, tudo é pretexto para amar sem medida. Jovens mulheres supervisionam uma colônia de férias, a trombeta do vendedor de sorvetes, as barracas de frutas, melancias vermelhas com caroços negros, uvas translúcidas e meladas - tantos apoios para quem não sabe ser só. Mas a flauta ácida e terna das cigarras, o perfume de águas e de estrelas que se encontram nas noites de setembro, os caminhos aromáticos entre as árvores de pistache e os juncos. tantos sinais de amor para quem é forçado a ser só."

domingo, 22 de maio de 2011

No nosso mundo só toca Beirut, todo lugar é Paris, todos os abraços são em ti.

"Você não existe. Eu não existo. Mas estou tão poderoso na minha sede que inventei a você para matar a minha sede imensa. você está tão forte na sua fragilidade que inventou a mim para matar a sua sede exata. nós nos inventamos um ao outro porque éramos tudo o que precisávamos para continuar vivendo. E porque nos inventamos um ao outro, porque éramos tudo o que precisávamos, para continuar vivendo. E porque nos inventamos, eu te confiro poder sobre o meu destino e você me confere poder sobre o teu destino. Você me dá seu futuro, eu te ofereço meu passado. Então e assim, somos presente, passado e futuro. tempo infinito num só, esse é o eterno."

[Caio Fernando Abreu. O rapaz Mais triste do Mundo, de "Os Dragões não Conhecem o Paraíso"]

sexta-feira, 20 de maio de 2011

"Todo dia é precioso e raro e deve ser manuseado com cuidado: Contém emoções..." - Vanessa Leonardi

"Cresci, amadureci, aprendi, me cansei, parei de definir meu humor pelas atitudes “dele”, seja lá quem for o “ele”. Se ele ligou, apareceu, me amou, voltou, ótimo! Se não, o sol brilha tanto lá fora, o céu tá tão azul e a vida tão divertida que não vale a pena lamentar. Troquei o “foi assim” pelo “eu quis assim”, deixei tudo que me causava dor, fiz meu próprio caminho e só trouxe comigo o que me faz bem. Descobri que amor é diferente dessas vontades efêmeras que eu andei tendo, que ser feliz é mais facil do que pensamos, que um sorriso vale muito e que tudo que nós precisamos é de amor. E se eu já era livre agora pretendo ir ainda mais longe, mais alto, mais além. E eu não vou parar de subir ou pra ver o que ficou embaixo, não vou descer tão cedo... Eu joguei fora essa idéia de ter que ser sozinha. Eu passei muito tempo da minha vida depositando minha felicidade em mãos erradas, eu finalmente entendi que ela só pertence a mim. Infelizmente eu não posso colocar aqui o sorriso que eu ando desfilando ultimamente, mas podem ter certeza de que é o meu melhor. Por que vida é pilantra, o mundo cruel, o amor é complicado, mas eu tô bem demais."

(Denyse Barrêto)



segunda-feira, 16 de maio de 2011

Há livros que me descobrem tão intimamente que evito contar aos outros que os li. Dizer ‘eu li o livro x’ é para mim mais assustador do que nomear quem se deitou comigo ontem.

Disseste-me que lias Simone de Beauvoir na última confissão, e que os livros nos escolhem quando sentem que estamos preparados para escutá-los. Eu sinto isso, sinto que me chamam da prateleira da estante e me vão contando segredos, histórias, vidas que eu não conheço. Mas os livros que me surpreendem são aqueles que me descobrem, aqueles que viajam bem dentro dos meus próprios segredos… aqueles livros que soletram as palavras que tenho medo de dizer a mim próprio. É um misto de êxtase e pavor quando livros assim me ardem nas mãos. Há com eles um reencontro, a sensação que uma sensibilidade parecida existiu ou existe, como que para aliviar a nossa solidão… como que para anular a nossa diferença e afugentar o medo de existirmos duma forma que nos assusta. Por outro lado cresce uma vontade de não voltar a tocá-los, de não voltar a lê-los. Tornam-se objetos incrivelmente poderosos, uma espécie de espelhos imutáveis e irreversíveis, duros e frios como o confronto inesperado com a verdade. É provável que Sartre tenha sentido o mesmo ao ler Beauvoir, é provável que o mesmo pânico lhe tenha crescido ao reler a sua própria obra. Não sei porquê, mas tenho um pressentimento de que Sartre nunca voltou a ler um dos seus livros, exatamente pelo impacto forte e severo do encontro com esse espelho – não há coisa mais cruel do que ser-se responsável por si próprio. O desajuste entre a sua obra e a sua vida parece-me argumento suficiente para justificar o meu pressentimento. Qual seria a opinião de Beauvoir sobre o assunto?

(Vítor Leal de Barros)