"Acontece que tenho um terrível amor-próprio.
Sou tão desconfiado e suscetível quanto um corcunda ou um anão, mas, realmente, há ocasiões em que, se me derem uma bofetada, isso talvez me rejubile.
Falo a sério; eu provavelmente descobriria aí um tipo especial de prazer - evidentemente, o prazer do desespero, pois é o desespero que encerra os
mais intensos prazeres, particularmente quando se tem uma aguda consciência
da própria situação".
Sou tão desconfiado e suscetível quanto um corcunda ou um anão, mas, realmente, há ocasiões em que, se me derem uma bofetada, isso talvez me rejubile.
Falo a sério; eu provavelmente descobriria aí um tipo especial de prazer - evidentemente, o prazer do desespero, pois é o desespero que encerra os
mais intensos prazeres, particularmente quando se tem uma aguda consciência
da própria situação".
Fiódor Dostoiévski In: Memórias do Subsolo